quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Grupo de Pesquisa




CRIA – Artes e Transdisciplinaridade



Uma das características do conhecimento em arte é a indissociabilidade entre teoria e prática.Trata-se de um saber-fazer, de um conhecimento pelo fazer, que envolve a capacidade de gerar pensamento e de refletir sobre o próprio conhecimento (por isso não se trata de um conhecimento apenas técnico ou de um ofício). Trata-se de um pensamento-ação, ação que é pensamento. 

O conhecimento em arte – e não sobre arte - é um conhecimento que se constitui pela experiência, um conhecimento corporificado. A dimensão da performance é uma de suas principais características. A performance como processo transformador, geradora de experiência. A performance como transformação do sujeito e do mundo. A improvisação é objeto e metodologia, pois se trata de operar entre os modelos e a realidade, em trabalhar com e sobre o tempo, com a transformação de materiais, em desenvolver a capacidade de lidar com o acontecimento, com o imprevisível, com as descobertas e os erros, com a abundância e a falta. 

Trata-se também de uma forma de cognição inventiva. Pois envolve  abordar os problemas a partir das condições dadas, o que fazer com o que é dado, operar a partir da percepção e da imaginação. E envolve modos de formação dos sujeitos, modos de estar no mundo. É sua característica também ocupar-se das dimensões da percepção e do contato, e por isso manifesta-se como relacional e coletiva. Manifesta-se também como conhecimento processual e transversal. Talvez possamos pensar que se trata mais de formas de indisciplinas do que disciplinas, pois envolve a dimensão das transgressões, um abordar pelas margens. 

Por isso, o conhecimento em arte pode agregar ao estudo de conceitos fundamentais a questão do estudo de procedimentos fundamentais para a pesquisa e a produção de conhecimento, em uma direção que vai do conceito à ação